O VIH e o bebé

HIV and your baby [ Portuguese ]

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VIH no bebé: saiba como evitar a transmissão do VIH ao bebé e as precauções a tomar para VIH em lactentes. Conheça todas as recomendações para reduzir riscos

O que é o VIH?

VIH significa vírus da imunodeficiência humana, o qual infecta determinadas células do sistema imunitário. Com o tempo, este vai ficando debilitado, deixando o indivíduo em risco de contrair outras infecções graves.

Os indivíduos infectados com o VIH chamam-se seropositivos; os que não estão infectados com o VIH são não seropositivos.

A maioria das crianças com o VIH contrai o vírus através das mães, que também estão infectadas. O VIH passa para o bebé durante a gravidez, por ocasião do nascimento ou através da amamentação. Se for seropositiva e estiver grávida, esta página explica como reduzir o risco de o bebé vir a contrair o VIH e como saber se ele também está infectado.

É menos provável que o bebé venha a contrair o VIH se a mãe tomar bons cuidados antes, durante e após o seu nascimento.

Todas as mulheres grávidas ou que estão a pensar em engravidar deverão fazer um exame para despistagem do VIH.

Se uma mulher grávida tiver o VIH e não tomar medicamentos durante a gravidez ou o parto, o risco de infecção do bebé situa-se em cerca de 25%, o que significa que um em cada quatro bebés ficará infectado.

O risco de o bebé ficar infectado com o VIH será muito menor se:

  • A mãe tomar medicação após os primeiros três meses de gravidez e ela apresentar uma carga viral não detectada. Isto significa que a quantidade de VIH no sangue é tão baixa que os vírus não são revelados nos exames efectuados.
  • Durante o trabalho de parto, a mãe tomar um medicamento chamado zidovudina (AZT) por via intravenosa, o que significa que o medicamento entra directamente na corrente sanguínea através de uma veia.
  • Após o nascimento, o bebé tomar AZT durante seis semanas.

Se tudo isto for feito, o risco de infecção para o bebé é inferior a 1%, o que significa que menos de um em cada 100 bebés correrão o risco de ficarem infectados.

Para mais informação, leia "O VIH e a gravidez".

O bebé precisará de fazer exames de despistagem do VIH

O médico não poderá afirmar se o bebé tem o VIH só pelo facto de olhar para ele. A maior parte das vezes, os bebés seropositivos apresentam o mesmo aspecto que os bebés não seropositivos. Se o bebé adoecer com outras infecções, é possível que possa estar associado com o VIH. Mas também poderão ser infecções que poderiam ter ocorrido naturalmente ao bebé.

Exames para despistagem do VIH

O médico precisará de efectuar uma análise ao sangue do bebé logo após o nascimento e mais duas vezes, normalmente quando o bebé tiver um mês e dois meses de idade. O exame chama-se PCR (sigla em inglês), o que significa reacção em cadeia da polimerase, e visa procurar a presença do VIH no sangue do bebé. Os resultados demoram cerca de um mês a obter. Se o exame PCR não revelar a existência do vírus, então o bebé não está infectado.

No caso dos adultos e das crianças mais velhas, o exame normal de despistagem do VIH é um exame de detecção de anticorpos, criados pelo sistema imunitário para ajudar a combater as infecções. Quando uma criança tem uma infecção ou apanha uma vacina, o seu organismo cria anticorpos contra essa infecção. Quando alguém tem anticorpos anti-VIH no sangue, significa normalmente que é portador do VIH. Por isso, o exame de detecção de anticorpos permite saber se existem anticorpos anti-VIH no sangue. Note-se que estes não protegem contra o VIH.

Anticorpos anti-VIH atravessam a placenta

O sangue materno não se mistura com o do bebé no interior da placenta. Os anticorpos anti-VIH da mãe podem atravessar a placenta, embora geralmente o VIH não possa. Portanto, o exame de detecção de anticorpos em bebés recém-nascidos não permite analisar com precisão a presença do VIH.

O exame de detecção de anticorpos não é eficaz em bebés. Quando uma mulher está grávida, ela transfere alguns dos seus próprios anticorpos para o bebé. Isto significa que, se uma mulher for portadora do VIH, o exame de detecção de anticorpos irá sempre encontrar anticorpos anti-VIH no sangue do bebé, mesmo que este não seja portador do VIH. É por este motivo que é necessário que o bebé faça o exame PCR, a fim de se verificar se o vírus existe no sangue.

O bebé precisará de tomar AZT

Assim que o bebé nasce, começa a tomar AZT nas primeiras 24 horas após o nascimento. Será necessário dar este medicamento ao bebé quatro vezes por dia durante as primeiras seis semanas de vida, o que reduzirá o risco de o bebé vir a ficar infectado com o VIH.

Administração de medicamentos por via oral

Uma enfermeira ou outro profissional do sector da saúde indicará como administrar o medicamento ao bebé.

Não amamentar o bebé

Se a mãe for portadora do VIH, não deverá amamentar o bebé. A amamentação é uma maneira de transferir o VIH da mãe para a criança. No Canadá e noutros países desenvolvidos, o leite formulado é a maneira mais segura de alimentar um bebé. No Ontário, há um programa que oferece gratuitamente leite formulado durante o primeiro ano de vida a bebés nascidos de mães seropositivas. Para ter acesso ao programa, deverá contactar o Grupo Teresa. Se estiver situada fora da província do Ontário, procure saber junto do profissional de assistência à saúde quais os programas que oferecem leite formulado.

Os medicamentos que o bebé tomar poderão ter efeitos secundários

Mesmo que o resultado do exame para detecção do VIH seja negativo, o médico acompanhará o bebé a fim de verificar se os medicamentos causam alguns problemas a curto ou a longo prazo. Os medicamentos administrados a mulheres grávidas são muito seguros apesar de, por vezes, poderem ocorrer alguns efeitos secundários a curto prazo.

  • O medicamento AZT poderá causar anemia no bebé após o nascimento. Anemia significa que o bebé não terá glóbulos vermelhos em quantidade suficiente, ou seja, as células que transportam oxigénio para o resto do corpo.
  • O medicamento AZT poderá também lesionar a mitocôndria e originar problemas no sangue ou no fígado do bebé. A mitocôndria encontra-se nas células do organismo e ajuda a criar energia na célula.

A existência de anemia ou de lesão mitocondrial normalmente desaparece quando se deixa de tomar o medicamento AZT.

Mitocôndria

As células têm subunidades menores com funções especiais e que se chamam organitos. A mitocôndria é formada por organitos que reagem como fábricas de energia.

Até agora, os estudos realizados têm indicado que tais medicamentos não originam grandes efeitos a longo prazo. Os estudos também indicam que as crianças expostas a estes medicamentos são normais.

O desenvolvimento da criança será avaliado com regularidade. Se forem observados alguns problemas, serão apresentadas sugestões ou a criança será encaminhada para outros serviços existentes.

Quando o resultado do exame para detecção do VIH na criança for positivo

No Canadá, as crianças seropositivas conseguem ter uma vida saudável e normal se obtiverem assistência médica com regularidade e tomarem os medicamentos receitados. Se o bebé for diagnosticado atempadamente, o médico poderá iniciar imediatamente o tratamento com medicamentos, caso seja necessário, a fim de manter a criança saudável.

Para obter mais informação, leia o documento "O VIH e a criança".

Recursos sobre o VIH e a gravidez

Se tiver quaisquer perguntas ou preocupações, contacte o médico da criança ou a clínica de tratamento do VIH.

Para mais informação, consulte a informação seguinte:

Motherisk

www.motherisk.org (disponível somente em inglês)

Grupo Teresa

www.teresagroup.ca (disponível somente em inglês)

416-596-7703

Pontos principais

  • Um em cada quatro bebés cujas mães são seropositivas ficará infectado pelo VIH, se a mãe não tomar medicamentos durante a gravidez ou o parto.
  • Os medicamentos para a mãe e para o bebé poderão reduzir o risco de a criança também vir a contrair o VIH.
  • A criança precisará de ser acompanhada a fim de se verificar se os medicamentos causam efeitos secundários.
Last updated: dezembro 17 2009